Entenda como o isolamento afetou crianças de até 3 anos e como a fonoaudiologia pode ajudar na retomada das atividades presenciais.
O isolamento social imposto pela pandemia do novo coronavírus fez com que crianças em diferentes fases de desenvolvimento fossem privadas do convívio escolar e familiar. Antes da pandemia, as crianças brincavam no parquinho, na praia, interagiam na escola, entre os amiguinhos e, a cada experiência, adquiriam novas vivências do ambiente e da linguagem.
Os efeitos da falta de estímulos adequados em relação à linguagem oral têm sido observados em crianças entre 0 e 3 anos, que são aquelas nascidas desde o início do isolamento, mas, outros fatores, atrelados ao afastamento social, também afetam o desenvolvimento da linguagem e da fala. Continue lendo e saiba um pouco mais sobre o assunto.
Uso excessivo de telas e o atraso na fala
Com o isolamento social, as interações diminuíram e ficaram restritas apenas ao núcleo familiar, assim, as possibilidades de enriquecimento da fala ficaram menores e a exposição às telas aumentou. O uso excessivo de eletrônicos, como celulares, televisores e tablets, também afeta o desenvolvimento da linguagem e das habilidades auditivas, que impactam diretamente na atenção e concentração.
Com a retomada gradual das atividades presenciais, muitos pais estão observando atrasos na fala de seus filhos. É importante que tão logo sejam observados os primeiros sinais de atraso na fala, a criança passe por uma avaliação fonoaudiológica.
Um exemplo simples do que pode ser observado por pais e responsáveis é que uma criança de um ano já começa a falar as primeiras palavras e aos dois anos já constrói frases simples, como: “quero leite”, “tô com fome”. Essas frases precisam ser compreensíveis e se isso não acontecer, é um sinal de alerta.
Estudos revelaram que, a cada meia hora a mais de utilização diária da tecnologia, o risco de atrasos na fala aumenta em 49%. Isso se dá porque as crianças perdem o interesse em interagir com outras pessoas. Diante das novas demandas das famílias que surgiram com o isolamento social, a Sociedade Brasileira de Pediatria, atualizou as orientações para exposição às telas.
O tempo recomendado de uso foi ajustado de acordo com as idades:
- De 0 a 2 anos: os bebês não devem ser expostos a telas sem necessidade.
- De 2 a 5 anos, tempo máximo de 1 hora.
- De 6 a 10 anos, a criança pode usar até 2 horas por dia.
- De 11 a 18 anos, o uso pode ser de até 3 horas.
Importante: todo o conteúdo deverá ser supervisionado pelos pais ou responsáveis.
Fonoaudiologia e desenvolvimento da fala e linguagem
A consulta com um especialista é essencial para identificar e tratar possíveis atrasos no desenvolvimento infantil. Com o diagnóstico correto, é possível indicar o tratamento mais adequado. Além do trabalho feito pelo profissional de fonoaudiologia nos consultórios, para ajudar a amenizar os impactos do isolamento no desenvolvimento da linguagem e da fala, os pais devem estimular as crianças a se comunicarem cada vez mais.
É importante que as crianças participem de atividades externas, como ir a um parquinho ou praça, brinquem com joguinhos educativos com outras crianças, contem historinhas, entre outros. Porém, para amenizar o impacto do excesso de tecnologias, a orientação é de que os pais participem, de forma integral, das atividades, preferencialmente com o celular desligado.
Se você ficou com alguma dúvida sobre o assunto ou deseja agendar sua consulta, eu atendo on-line ou presencialmente, na Rua Miguel de Frias, 150, sala 304 – Vital Place, Icaraí – Niterói.